sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pré-estreia de "Harry Potter e as Relíquias da Morte


"Ninguém é totalmente mau", diz ator que faz pai de Draco Malfoy em "Harry Potter"

Mesmo após assustar as pessoas como Lúcio Malfoy, o pai de Draco Malfoy nos filmes da saga "Harry Potter", o ator inglês Jason Isaacs diz não acreditar na maldade. Para ele, o vilão Lorde Voldemort está mais para equivocado do que para mau.

"Ninguém é sempre mau", opina Isaacs. "Voldemort vê o mundo como ele acha que deveria, e tenta fazer de tudo para que isso se torne realidade", conclui.

A família Malfoy faz parte do "lado negro" do mundo criado por J.K. Rowling. Eles se juntam a Voldemort pois querem manter a pureza da magia, evitando a participação de seres humanos - os chamados "muggles".

O ator, que entrou na saga de filmes em "Harry Potter E a Câmara Secreta", diz que seu personagem Lúcio fala a "linguagem da separação, do racismo, da eugenia". "Você não precisa ir muito longe na Europa hoje em dia para ver políticos com essas ideias reunindo uma série de seguidores e votos. Na América é a mesma coisa."

Tais semelhanças com a vida real fizeram com que os livros de Rowling virassem best-sellers, com 450 milhões de cópias vendidas.

"Todos os personagens [da saga] são circulares. Todos eles têm destinos com os quais estão lutando ou laços que querem destruir, ou desafios internos. Nenhum personagem está fora da estante. São todos deliciosos de se interpretar", disse Isaacs.

Jason Isaacs e Helen McCrory, que faz a mãe de Draco malfoy na saga, têm um histórico em fazer maus-caráteres. Isaacs já fez vilões em "Peter Pan" e em "O Patriota". McCrory é uma atriz clássica que já fez até a assustadora Lady Macbeth.
"Normalmente, é mais interessante fazer o cara ruim porque é mais bem escrito", disse McCrory, que estará em "Hugo Cabret", de Martin Scorsese. "Os bons são vistos hoje em dia como uma coisa muito, muito chata."

Ela diz que as histórias de Rowling são raras atualmente porque "a bondade é vista com a mesma complexidade da maldade". "Ela escreveu o protagonista como alguém que tem a difícil tarefa de ser bom nesse mundo - o que, para muitos jovens de hoje, é muito difícil. É um arquétipo maravilhoso para mostrar para as pessoas, que você deve ter inteligência, bravura, complexidade e individualismo para ser bom."

Os sete livros de J.K. Rowling - assim como os oito filmes adaptados - mostram o órfão Harry em colisão com o destino de Voldemort, o bruxo que matou os pais de Potter e quer controlar o mundo da magia. "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" traz a batalha final entre o bem e o mal.

Será um final épico, e será a primeira vez que um filme da série é exibido em 3D. As expectativas dos fãs são enormes. Para os atores, é um adeus a um dos maiores negócios da indústria de cinema britânico. A saga transformou Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint - que ainda eram crianças quando estrearam no primeiro "Harry Potter" - em celebridades.

Por uma década, a franquia também deu emprego para a nata dos atores britânicos. O diretor David Yates diz que teve "o melhor grupo de atores, reunido para contracenar a melhor história". Atores como Ralph Fiennes, Alan Rickman, Gary Oldman, Michael Gambon, Maggie Smith, Helena Bonham Carter e Julie Walters participam dos filmes da saga.

Jason Isaacs, que está no seriado "Case Histories" da BBC, diz que lamenta deixar "Harry Potter": "Na maioria dos filmes que fiz, sempre há um medo recorrente: o de perdermos o papel, o de destruir nossas carreiras, o de que ninguém irá assistir. Em 'Harry Potter', é o oposto: nós sabemos que o mundo todo irá amar o que estamos fazendo e que esperam ansiosamente para ver o que faremos no futuro", conta.

"Eu tinha que fazer parte desse empreendimento que deu tanto prazer a todo o mundo. Vou sentir saudades", concluiu.

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