quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quando a obsessão pelo ex-namorado vira doença

Aceitar o fim de uma paixão não é tarefa fácil. Muitas pessoas não conseguem entender que o outro não sente mais atração ou vontade de continuar na relação.Em casos como esses a pessoa rejeitada desenvolve uma verdadeira obsessão pelo ex.

Essa frustração pode ocorrer quando o parceiro acaba idealizando a pessoa amada. "A paixão é um processo que segue nessa mesma linha, na qual o outro é quem nos completa e se torna a razão de viver", afirma Dr. Marcelo Toniette, psicólogo e psicoterapeuta, Doutor e Mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo - USP e Membro da SBRASH - Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana.

Segundo ele essa situação é uma armadilha, pois se trata de uma ilusão, na medida em que cada um se isenta de suas responsabilidades de dar sentido à própria vida. Isso acaba reforçando ainda mais a dependência do parceiro, que muitas vezes até o sufoca. É importante lembrar que lidar com a perda é algo que faz parte de nossa vida. "No caso dos relacionamentos, uma pessoa que nega o seu término limita as possibilidades de reconhecer o que contribuiu para o ocorrido, ou mesmo de retirar um aprendizado desse acontecido", diz Dr. Marcelo.

O psicólogo aponta que geralmente essa negação está relacionada com a autoestima baixa, insegurança de conseguir novos relacionamentos, medo de se machucar novamente, apego excessivo e ciúmes. "A situação começa a merecer cuidados quando a pessoa leva muito tempo para sair desse sofrimento, gerando prejuízos para outras partes da sua vida. Aí é hora de procurar ajuda profissional", ressalta Dr. Toniette.

Para se livrar dessa obsessão a melhor coisa a fazer é encarar a realidade e perceber as próprias limitações. O psicoterapeuta afirma que dificilmente uma mulher obcecada irá admitir o fato: "Para ela, sempre haverá uma chance de retorno, mesmo que o ex-namorado já tenha deixado claro que não haverá mais possibilidade". A pessoa que sofre entende que o outro é o causador de sua dor, por isso somente ele poderia aliviá-la. Dr. Marcelo alerta: "Essa ilusão aumenta ainda mais o sofrimento na medida em que ele não se resolve".

Para aquelas que já se livraram desse problemão, fica um dica importante: evite ao máximo as recaídas. "A estabilidade emocional pode ser abalada se uma saída com o ex potencializar a ilusão de que isso signifique um retorno - sendo que o ex não deseja isso", garante o psicólogo.

O próximo passo seria voltar a se interessar por outras pessoas. Não se deve viver comparando qualquer e todo pretendente ao ex. Isso só dificulta ainda mais o esquecimento e superação. Sobre esse ponto, Dr. Marcelo Toniette afirma: "Para começarmos qualquer relacionamento, ou qualquer empreendimento, precisamos dar um ponto final naquilo que já se foi".


O psicoterapeuta faz outro alerta: "Apego não é sinônimo de amor, mas pode até ser um processo doentio de querer ter a posse do outro. Por mais que queiramos a retribuição do outro quando amamos, temos de reconhecer que o fato de amarmos não garante que o outro ame na mesma medida. Amar não é prender, mas reconhecer que o outro é o outro".

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