quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Como resistir à pressão pelo desmame

Todo mundo tem uma opinião sobre o momento "certo" de parar de dar o peito à criança, mas o desmame é uma decisão muito particular, diferente para cada mulher, e influenciada por fatores culturais, questões de saúde e circunstâncias familiares. 

Vai ter gente que achará que você demorou demais para tirar a criança do peito, e por outro lado haverá quem questione sua decisão de parar de dar de mamar, não importa com que idade esteja a criança. As críticas são quase sempre inevitáveis. 

Vale lembrar que a orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que as mulheres amamentem exclusivamente até os 6 meses, ou seja, que não dêem mais nada ao bebê além do peito nesse período, e que depois mantenham o leite materno na alimentação da criança até os 2 anos ou mais. 

Leia abaixo alguns dos motivos que levam as mulheres a achar que é hora de desmamar a criança, e veja algumas dicas para persistir um pouco mais: 

Amamentar dói, não aguento mais 
As primeiras semanas amamentando podem ser difíceis, principalmente se o bebê não está fazendo a "pega" correta no seio. Também pode ser que demore para você encontrar a posição mais confortável para dar o peito. Peça ajuda na maternidade onde deu à luz, ao seu obstetra ou ao pediatra do seu filho. No comecinho, o bebê parece querer mamar de hora em hora, mas à medida que cresce as mamadas vão se espaçando um pouco e ele também começa a mamar mais rápido, o que deve dar mais sossego aos seus seios. Muitas mulheres enfrentam muitos problemas nas primeiras semanas da amamentação, como a dor nas mamas, mas as que insistem não se arrependem. 

Amamentar me deixa muito presa. Quero minha liberdade de volta! 
É uma dura verdade, mas não tem jeito, sua vida nunca mais será igual à que você tinha quando não era mãe, com amamentação ou sem amamentação. É claro que dar o peito é um compromisso constante, e você tem toda razão de se sentir presa. A sensação é mais difícil para mulheres que antes tinham alto grau de independência. Tente enxergar a amamentação como uma rara oportunidade de diminuir o ritmo do dia-a-dia e desfrutar de uma intimidade gostosa com seu bebê. Você não vai amamentar para sempre, e no final pode descobrir que a experiência é bem mais gratificante que o que você imaginava. 

Amamentando, sobra pouco tempo para meu companheiro 
É normal que seu parceiro se sinta meio abandonado enquanto você amamenta, já que é um processo do qual ele não pode participar, e que sinta falta da "exclusividade" sobre seus seios. Tente lembrar a ele que essa fase não vai durar para sempre, e estimule-o a participar bastante dos cuidados com o bebê (dando banho, pondo para arrotar, trocando etc.). Ao mesmo tempo, procure separar um tempinho especial só para ficar com ele. Precisando de idéias? Leia sobre como os pais encaram a amamentação. 

Outro ponto que pode ajudar é mostrar a seu parceiro que o sacrifício vale a pena, devido aos enormes benefícios da amamentação. Antes que vocês se dêem conta, a época em que o bebê mamava no peito já terá ficado para trás, mas você jamais terá outra chance de proporcionar ao bebê tantas vitaminas, nutrientes e agentes protetores. Se seu companheiro quer que você passe a dar fórmula infantil na mamadeira, lembre a ele que esses produtos são caros e envolvem maior preparação (lavar e esterilizar mamadeiras e bicos). 

Trabalho o dia todo, e não tenho onde tirar o leite com bombinha 
Com a moda das "baias" nos ambientes de trabalho, é difícil encontrar um espaço privado onde você possa ordenhar seu leite com tranquilidade. Converse com o responsável da área de recursos humanos para ver se há alguma solução. Às vezes há alguma sala que você possa usar. Se houver outras mães amamentando no seu ambiente de trabalho, melhor ainda: vocês vão ter mais força para conseguir alguma coisa. Vale a pena lembrar à empresa que bebês que tomam leite materno correm menos risco de ficar doentes, o que significa menos faltas da mães ao trabalho. 

Quando o problema é a falta de tempo no trabalho, não existe solução milagrosa. Para continuar amamentando, você vai ter de dar um jeito. Se não der, uma opção que resta é amamentar só de manhã e à noite. Seu corpo vai levar apenas alguns dias para se adaptar a esse novo ritmo. 

Vale lembrar que, por lei, as empresas devem conceder dois intervalos, de meia hora cada, durante o turno de trabalho para a mulher poder amamentar seu filho até os 6 meses de idade. Ou seja, se você for registrada em carteira e tiver voltado da licença-maternidade depois de quatro meses em casa, ainda continuará tendo direito às pausas para amamentar ou tirar o leite com a bombinha. 

Não conheço mais ninguém que amamente filhos da idade do meu 
Pode ser que você se sinta meio contra a corrente por ser a única a amamentar até mais tarde, mas todos os dados científicos estão ao seu lado. Suas amigas de verdade dificilmente vão criticá-la por continuar amamentando. Para quem criticar, aponte, delicadamente, todos os benefícios à saúde trazidos pelo leite materno, e se necessário mencione a orientação do Ministério da Saúde, escrita em todas as embalagens de fórmula em pó: "O aleitamento materno evita infecções e alergias e deve ser mantido até a criança completar 2 anos de idade ou mais". 

Minha mãe acha que vou deixar meu filho muito mimado se continuar amamentando 
A geração passada encarava a amamentação de forma bem diferente que a nossa. Muita coisa mudou. Os estudos já comprovaram que o aleitamento melhora o sistema imunológico da criança e não faz com que ela fique mais apegada, mimada ou dependente. Pelo contrário, ela se torna mais independente e autoconfiante. Pode ser difícil continuar amamentando quando todo mundo acha que você deve parar. Tente se manter fiel às suas convicções.


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