quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Amamentação para iniciantes

Direto ao ponto: o que é essencial saber 
Antes de qualquer coisa, conheça os pontos básicos da amamentação: 
  • Quando o bebê pega o peito direitinho, a amamentação não deve doer.
  • O bebê tem de colocar quase a aréola inteira dentro da boca para mamar.
  • Quanto mais o bebê sugar, mais leite a mãe vai produzir.
  • O tamanho do peito não tem nada a ver com a produção de leite.
  • Um peito que produz leite suficiente não necessariamente fica vazando.
  • O leite de verdade só aparece três ou quatro dias depois do parto. É assim com todas as mulheres. O que vem antes, o colostro, é ótimo para o bebê, mas a quantidade é pequena mesmo.
  • É normal o bebê perder cerca de 10% do seu peso nos primeiros dias. Ele nasce com uma "reserva" e volta a ganhar peso conforme o leite desce e ele se acostuma com a amamentação.
Preparando-se para amamentar 
O seu próprio corpo é o principal responsável pela preparação dos seios para a amamentação, portanto o mais importante mesmo é preparar seu espírito. Para isso, o melhor a fazer é se informar o máximo possível sobre o assunto antes de o bebê nascer. 

Esteja preparada para as dificuldades, mas não precisa ficar apavorada. Use toda a ajuda possível enquanto estiver na maternidade, pois lá há pessoas especializadas e que cuidam disso todos os dias. Faça perguntas e tire todas as dúvidas que passarem na sua cabeça. 

Não dá para saber durante a gravidez se você vai ter bastante leite ou não. O tamanho do seio e o fato de o peito já ter vazado ou não não têm nada a ver com a produção de leite depois que o bebê nasce. 

Leia desde já também sobre situações especiais: quem fez redução de mamas, pôs silicone ou tem mamilos planos ou invertidos certamente tem muitas dúvidas. 

Preciso comprar alguma coisa? 
Você não vai precisar de nenhum equipamento especial (dá para se virar sem eles). Mas talvez valha a pena já ter em casa absorventes para seio, pomada de lanolina pura e conchas de silicone que deixam o mamilo "arejando", além de ajudar na formação do bico. 

Sutiãs de amamentação também são práticos. Tenha pelo menos dois, porque eles precisam ser lavados com frequência (ficam com cheiro de azedo!). 

A poltrona de amamentação também não é essencial. Você pode se ajeitar no sofá, na cama ou numa poltrona comum. Importante é ter uma mesinha ao lado para apoiar o paninho e um copo d'água para você. 

Também não precisa pensar em comprar bombinha para ordenhar o leite enquanto ainda estiver grávida. Espere para saber se terá necessidade e como vai fazer para continuar a dar de mamar quando voltar a trabalhar. 

Como amamentar 
Em primeiro lugar, saiba que não é preciso lavar nem limpar o peito antes de dar de mamar. 

Cada mamada pode durar de meros 5 minutos a até 40. Tudo depende da criança. No começo é mais demorado, mas com o tempo a criança pega a prática e mama mais rápido. 

Certifique-se de escolher um local bem confortável antes de começar. O ambiente é muito importante, especialmente nos primeiros dias da amamentação, quando você ainda está se adaptando e aperfeiçoando a técnica. 

Se você é do tipo de pessoa que se distrai fácil, procure um lugar mais tranquilo para sentar. Por outro lado, caso ache que vai ficar entediada na solidão, sente-se na frente da televisão. O ideal é ir testando diferentes locais da casa até achar um que funcione para você. Relaxamento é a palavra-chave aqui. 

Segure o bebê de modo que seus braços e suas costas não fiquem doloridos. Diz-se que é preciso "levar o bebê ao seio", e não "levar o seio ao bebê". 

Tenha travesseiros e almofadas (não precisam ser necessariamente especiais para amamentação) por perto. Encontre uma posição boa para você e para o bebê antes de iniciar. 

O segredo para a amamentação sem dor é uma boa "pega" (diz-se "péga"). A pega correta requer que o bebê abocanhe o mamilo e uma boa parte da aréola. O ideal é que não dê para ver quase nada da parte mais escura do seio fora da boca do bebê. 

Se estiver doendo, interrompa a mamada colocando o dedo mínimo entre a gengiva da criança e o mamilo, para desfazer o vácuo, e comece de novo. Uma vez que a boca do bebê esteja bem encaixada, ele se encarregará do resto. 

Possíveis problemas 
Embora as mulheres há séculos deem de mamar para seus filhos, o início nem sempre é fácil. Nas primeiras seis semanas, à medida que a produção de leite se ajusta e o bebê aprende a mamar, você poderá apresentar: 
  • Ingurgitamento: seios cheios demais ou empedrados
  • Mastite: inflamação ou infecção nas glândulas mamárias, com febre acima de 38,5 graus Celsius
  • Dor nos seios
Temos uma seção inteira de problemas e soluções durante a fase da amamentação. 

Como enfrentar as dificuldades 
Algumas mulheres se adaptam à amamentação com rapidez e sem enfrentar grandes dificuldades. Mas muitas mães de primeira viagem acham o processo complicado. 

Por isso, se você estiver se sentindo um tanto desanimada, lembre-se de que não é a única. Antes de desistir, converse com seu médico e com amigas que estão amamentando ou já amamentaram. 

O seu fórum dos bebês do mesmo mês é um ótimo lugar para tirar dúvidas e trocar experiências. 

O aleitamento requer prática. Tenha paciência e encare cada mamada como mais uma experiência para o seu aprendizado. Experimente novas posições, pois às vezes o bebê se dá melhor pegando o seio por outro ângulo. E lembre-se de que a maioria dos problemas relacionados à amamentação é temporária. 

Procure ter paciência. Às vezes pode parecer mais reconfortante dar logo uma mamadeira de fórmula de leite e ver que o bebê está se alimentando. Não ceda de primeira a essa possibilidade, mesmo que seja sugestão do médico ou da enfermeira. Insista tudo o que puder na amamentação. Se não der mesmo, aí você sempre terá a possibilidade de recorrer à mamadeira. 

De quanto em quanto tempo preciso dar de mamar? 
Nos primeiros dias, ofereça o peito ao bebê sempre que ele chorar, ou demonstrar que quer mamar ("procurando" o peito, fazendo biquinho, "mamando" o braço ou a roupa). A produção de leite é estabelecida pelo estímulo da boquinha do bebê. Quanto mais ele sugar, mais leite você vai produzir. 

Com o tempo, você vai saber quando o bebê está bem alimentado e vai poder começar a criar uma rotina de mamadas para ele. 

O normal é dar de mamar de 8 a 12 vezes durante as 24 horas do dia. Os especialistas recomendam que, nos primeiros dias, enquanto ainda não se souber se o bebê está ganhando peso, você não deixe o bebê dormir mais de quatro horas seguidas sem mamar. 

Se o bebê não quiser acordar de jeito nenhum, você pode tirar a roupinha dele e, em último caso, dar um banho. Mas, assim que o pediatra se certificar de que o bebê está ganhando peso bem, ele deve liberar você para deixar o bebê por períodos mais longos sem mamar, caso ele esteja dormindo. 

Amamentar faz tanta diferença assim? 
Sim, amamentar faz muita diferença. O leite materno é o melhor alimento para o bebê. Esse é o consenso entre médicos e cientistas do mundo todo. É verdade que nem sempre a amamentação é fácil. 

Com um pouco de paciência e bastante informação você, como tantas outras mães que enfrentam dificuldades no começo, tem todas as chances de dar o peito com sucesso ao seu bebê. 

Veja abaixo alguns bons motivos para fazer de tudo para dar o peito ao bebê: 
  • O leite materno faz com que o bebê tenha menos risco de ficar doente no primeiro ano de vida. Ele terá menos chance de ter doenças chatas e perigosas como gastroenterite, pneumonia, bronquiolite, infecção urinária e até dermatite. 
  • Dar o peito faz bem para a mãe também. Além de gastar calorias, ajuda a proteger você contra alguns tipos de câncer, como o de mama e o de ovário. Também protege contra a osteoporose. 
  • O leite materno é um alimento completo, que contém pelo menos 400 nutrientes, além de hormônios e substâncias que combatem doenças, e que não podem ser encontradas na fórmula artificial. Também vai se adaptando às necessidades do bebê conforme ele cresce. 
  • A amamentação ajuda a construir a relação entre você e seu filho. Ao amamentar, existe um contato único do bebê com sua pele, seu cheiro e seu aconchego. 
O leite materno é de graça. E as fórmulas infantis pesam bastante no bolso.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o governo brasileiro recomendam a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida das crianças, e a manutenção do leite materno na alimentação até 2 anos de idade ou até mais. 

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