Seu filho não para de pedir um irmãozinho? Você e seu marido não sabem explicar que não planejam ter outros filhos? Antes de conversar com o pequeno, tente entender o que motiva a insistência dele em ter um irmão.
Uma possibilidade, principalmente se ele convive a maior parte do tempo com adultos, é que se sinta solitário e imagine que outra criança na casa irá lhe servir de companhia. A cobrança pode se relacionar ainda à percepção de que a maioria dos amigos (ou, no mínimo, aqueles que ele mais admira) tem irmãos. Nesse caso, é provável que seu filho se sinta diferente e inferiorizada em relação aos amigos. Daí, cria a fantasia de que a chegada de um bebê irá colocá-lo no mesmo status dos colegas.
Para compreender o que a criança pensa e sente, nada melhor do que conversar diretamente. De acordo com a médica Ivete Gattas, a partir dos cinco anos, os pequenos já se expressam bem e conseguem responder a perguntas objetivas do tipo: "Por que você quer um irmão?", "Por que acha que será bom termos um bebê?" e "O que vai mudar aqui em casa quando esse irmão chegar?" Essa conversa é importante para reunir pistas sobre a melhor maneira de abordar o assunto. Se a criança tiver a expectativa de que o irmão seja alguém com quem ela possa brincar quando quiser, por exemplo, a família deve explicar que bebês não sabem falar nem andar sozinhos, que eles choram e exigem muita atenção por parte dos pais. Esses argumentos contribuem para aproximá-la da realidade e mostrar que vai demorar até esse irmão se tornar um companheiro de folia.
Seja qual for a fantasia que seu filho alimente em relação ao bebê, nada de rodeios quando informar a decisão de não aumentar a família, pelo menos por enquanto. Poupe a criança de longas explicações de fundo filosófico, sociológico ou econômico. Tudo que ela precisa saber (e rápido) é que não terá um irmãozinho tão cedo. Simples assim.
Mesmo que a reação não seja das melhores no primeiro momento, não caia na tentação de alimentar falsas esperanças nem diga que vai repensar o assunto se isso não for sincero. Frustrações fazem parte da vida e, em geral, favorecem o crescimento pessoal. Portanto, não há motivos para temê-las, e cabe aos pais ensinar os filhos a lidar de maneira positiva com esse sentimento.
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