Especialista esclarece as 7 dúvidas mais comuns sobre a pílula do dia seguinte, o medicamento que evita a gravidez em situações de emergência.
Muitas mulheres usam a pílula do dia seguinte como método contraceptivo normal. Isso é grave! Essa pílula nasceu para evitar a gravidez em casos de urgência - quando a camisinha estoura ou após violência sexual. Para orienta-la, convidamos a ginecologista Albertina Duarte, coordenadora do Programa do Adolescente de São Paulo, para um bate-papo esclarecedor.
1. Quando devo tomar a pílula do dia seguinte?
Em situações de extrema urgência, quando não houve o uso do anticoncepcional diário ou se a camisinha estourou. Atenção: ela não deve ser usada como anticoncepcional normal e, muito menos, em substituição à camisinha.
2. Se eu tomá-la repetidas vezes, crescem as chances de falha?
Sim. Desse jeito, o risco de você engravidar aumenta.
3. Ela pode causar efeito colateral?
Sim. Dores de cabeça, alteração no ciclo menstrual e enjôos. No caso de diarréia ou vômito, nas duas primeiras horas após a ingestão, a dose deve ser repetida.
4. A pílula só tem efeito até 72 horas depois da transa?
Sim. Se usar nas primeiras 24 horas, o risco de gravidez é de 5%. Após 48 horas, sobe para 15% e, em três dias, 40%. São dois comprimidos: um para tomar nas primeiras 24 horas e outro 12 horas após o primeiro.
5. Preciso de receita médica para comprá-la?
Não. Assim como os anticoncepcionais normais, a pílula do dia seguinte dispensa receitas médicas. Esse medicamento é vendido em farmácias com preço entre R$ 15 e R$ 20.
6. Se eu esquecer um dia de tomar a pílula normal, devo recorrer à do dia seguinte?
O certo é usar camisinha. Se a camisinha estourar, aí sim recorra ao medicamento e interrompa o uso do anticoncepcional até a menstruação.
E use a camisinha nesse período.
7. Há contra-indicação?
Sim, a pílula é contra-indicada para pessoas que sofrem de diabetes, problemas cardíacos, circulatórios e de hipertensão. Do mesmo jeito, mulheres que estão tomando antibióticos ou calmantes devem procurar orientação médica antes da ingestão da pílula porque o risco de gravidez nesses casos aumenta para até 22%.
Pílula x Aborto:
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que facilitará o acesso à pílula do dia seguinte para combater o número de abortos clandestinos no país, a quarta causa de óbito materno. Ele defende o uso da pílula sendo uma arma importante contra a gravidez indesejada. "Minha equipe está vendo como encaixar a pílula do dia seguinte em nossa estratégia, mas estará com certeza absoluta", afirma o ministro.
Entenda como funciona:
1. A função da pílula do dia seguinte é impedir a fecundação, dificultando o encontro do espermatozóide com o óvulo. Então: os comprimidos liberam hormônios sintéticos na corrente sangüínea, que diminuem no organismo o nível do hormônio folículo estimulante, o FSH. Ele é responsável, entre outras coisas, pelos movimentos da trompa que liberam o óvulo e o empurram em direção ao útero. Sem FSH, a trompa sossega, o óvulo estaciona e dificulta e muito o encontro do óvulo com espermatozóide.
2. Para garantir o serviço, a pílula age também na mucosa que reveste o útero, chamada endométrio. Os hormônios provocam uma descamação nessa mucosa, o que impede que o óvulo fecundado "grude" nas paredes do útero. Tecnicamente, é só depois da fixação que ocorre a gravidez por isso que muitos especialistas garantem que a pílula não é considerada abortiva, e sim preventiva.
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