sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ginecopatias: quando as doenças também são femininas




















Ser mulher é mesmo algo único. E não é apenas nas extensas atividades cotidianas que ela se distingue. As preocupações com a saúde também demandam cuidados extras. Endometriose, miomas uterinos e cistos no ovário são exemplos de ginecopatias, doenças próprias do sexo feminino. Por isso, visitar regularmente o ginecologista e estar atenta aos sintomas são atitudes fundamentais para evitar o desenvolvimento e o agravamento dessas enfermidades.

Sangramentos irregulares e mais intensos que os habituais na menstruação e dores pélvicas debilitantes – na cavidade óssea da bacia, localizada na parte inferior do tronco – são alguns dos exemplos de alertas. O primeiro pode ser associado ao aparecimento de pólipos uterinos (tumoração desenvolvida, em geral, na região cervical), miomas (tumor no tecido muscular), adenomiose e cistos de ovário.

“Já as dores pélvicas são, em geral, sinônimo de que algo não está bem. Enfermidades ginecológicas comuns como miomas, endometriose, cistos de ovário, pólipos uterinos, varizes pélvicas e adenomiose, por exemplo, podem ter como manifestação inicial a dor pélvica”, classifica a ginecologista Rosa Maria Neme, membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade de Ginecologia do Estado de São Paulo (Febrasgo/Sogesp).

As ginecopatias podem variar de acordo com a faixa etária. A especialista explica que, em mulheres mais jovens, em idade reprodutiva, são mais prevalentes a endometriose e os cistos de ovário. A endometriose consiste na presença do endométrio (revestimento interno do útero) em locais fora do útero, e os cistos de ovário caracterizam-se pelo acúmulo de líquido em cavidades fechadas.

“Já em mulheres acima dos 40 anos de idade, a incidência de miomas, pólipos endometriais e adenomiose (quando parte do endométrio invade a musculatura do útero) aumenta. E, acima dos 60 anos, deve-se dar atenção especial aos tumores ginecológicos”, acrescenta a Dra. Rosa Maria, que também integra a Associação Americana de Laparoscopia Ginecológica (AAGL) e é diretora do Centro de Endometriose de São Paulo.

Amparo médico

A especialista ressalta ainda a importância de visitas regulares ao ginecologista. “Em geral, recomendamos uma consulta pelo menos anual, para a realização de exames de rotina. Na presença de alguma doença ginecológica que exija um acompanhamento mais próximo, o ideal é uma visita semestral.”

Os exames mais eficazes para a identificação de ginecopatias são, em geral, o físico ginecológico, além de um de imagem, como o ultrassom. Mas a Dra. Rosa Maria aponta ainda que, caso restem dúvidas, avaliações mais específicas, como a ressonância magnética, podem ajudar a elucidar os casos.

Tratamento

A especialista diz que os tratamentos e o grau de cura estão relacionados ao tipo de doença analisada. No caso da endometriose, por exemplo, o tratamento não cura a enfermidade, mas garante uma melhora importante dos sintomas. Medicamentos complementares evitam recaídas.

“No caso de miomas, o tratamento cirúrgico resolve a doença naquele momento, mas existe também uma chance de recidiva. O mesmo pode acontecer nos casos de cisto de ovário e pólipos uterinos”, complementa.

As ginecopatias também não são, necessariamente, vetores de câncer no útero e no ovário. A Dra. Rosa Maria afirma que pólipos uterinos têm uma chance pequena de transformação maligna se não retirados. Já no caso de miomas uterinos e endometriose, essa possibilidade é extremamente remota, conclui a especialista.

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