O que é a recusa ao aleitamento materno?
Um bebê que recusa o aleitamento materno e não está ainda em processo de desmame passa por uma espécie de "greve". É a maneira dele de comunicar a você que algo está errado. Se isso acontecer, você terá que fazer um pouco de trabalho de detetive para apurar as causas.
É fácil acreditar que um bebê que não quer mais mamar no peito está se desmamando por conta própria. Mas a verdade é que é improvável que uma criança com menos de 1 ano de idade que vinha sugando no seio sem problemas esteja pronta para deixar o hábito de vez.
Qual é a causa mais comum para a recusa?
Alguns dos motivos mais comuns são:
• A pega não está correta, e o bebê não consegue abocanhar uma boa parte do seio para poder se alimentar bem. Procure ajuda médica para acertar melhor a posição do seu filho na mama. Você pode falar com o pediatra do seu filho ou com a maternidade em que deu à luz. O ideal é levar o bebê junto para mostrar como está dando de mamar.
• Dor na boca devido à dentição, a uma afta ou uma a infecção (como por exemplo por cândida ou o chamado sapinho).
• Reação do bebê a um grito de dor da mãe após ele morder o seio.
• A criança está com uma otite, o que provoca pressão ou dor no ouvido durante a amamentação.
• A criança está com um resfriado ou o nariz entupido, dificultando a respiração na hora da mamada.
• Complementação excessiva da alimentação com mamadeiras, o que reduz a produção do leite materno.
• Distrações, barulhos ou interrupções durante a mamada.
• Muita demora para dar de mamar após o bebê chorar de fome.
• Uma grande alteração na rotina da criança, como mudança de casa ou sua volta ao trabalho.
• Separação longa demais da mãe.
Outras razões menos comuns para a recusa incluem sensibilidade ou alergia ao leite materno ou a algum alimento, uso de algum creme ou produto com perfume forte na região dos seios ou mudança no gosto do leite. Isso pode ser causado por algum remédio, certos alimentos, a volta da menstruação ou uma nova gravidez.
O que fazer?
A recusa da amamentação por parte do bebê pode ser um grande desafio mesmo para as maiores defensoras do aleitamento materno. A experiência também pode ser um choque se acontecer depois de alguns meses de amamentação sem problemas. Se a criança estava mamando sem maiores complicações e, de repente, pára, a mãe pode até chegar a (irracionalmente) achar que o filho não gosta mais dela.
Embora seja uma experiência preocupante e frustrante, a recusa ao aleitamento materno geralmente tem como ser resolvida com muita paciência e apoio.
Não deixe de tentar amamentar, mas passe também a tirar o leite manualmente ou com a ajuda de uma bombinha em intervalos regulares (seguindo a rotina de amamentação do bebê). Isso auxiliará na prevenção do ingurgitamento dos seios ou da mastite. Além disso, por pior que seja, pelo menos o bebê continuará a se beneficiar das propriedades incomparáveis do leite materno.
Confira algumas sugestões de como lidar com a situação:
• Tente oferecer o peito quando o bebê estiver dormindo ou adormecendo. Muitas crianças que recusam a amamentação quando acordadas mamam sem problemas se estiverem dormindo.
• Vá ao pediatra para que ele possa descartar qualquer outra causa médica, como uma otite ou infecção por cândida.
• Experimente mudar de posição para amamentar.
• Movimente-se ao amamentar. Alguns bebês gostam mais de se alimentar com algum balanço (leve) do que completamente parados.
• Encontre um lugar tranquilo para dar de mamar. É comum que bebês de 6 a 9 meses não queiram mamar porque estão distraídos demais com as novidades ao redor e prefiram fazer só um "lanchinho" nos seus seios. Tente um local com pouca luminosidade, sem barulhos e longe da televisão ou do rádio.
• Cultive o contato físico com o bebê (tente amamentar sem a blusa, por exemplo). Carregue o bebê dentro de uma faixa de pano (sling) no seu colo ou no canguru, para que ele possa estar bem pertinho de você entre as mamadas.
A rejeição ao peito vai prejudicar o desenvolvimento do meu filho?
A rejeição do peito é uma experiência ruim tanto para a mãe como para o bebê. Tente manter os outros elementos da rotina o mais normais possível durante este período. Dê à criança mais atenção e proporcione maior contato físico. Caso suspeite de que o bebê não está se alimentando suficientemente, fique de olho nas fraldas molhadas. A troca de pelo menos cinco a seis fraldas descartáveis por dia (ou seis a oito fraldas de pano) indica que o bebê está recebendo uma quantidade apropriada de líquido. Para saber se a fralda descartável está molhada, compare o peso dela ao de uma fralda limpa. Na dúvida, fale com o pediatra.
Devo continuar a amamentar?
É fundamental manter a amamentação. Arme-se de muita paciência e fique firme nas tentativas, porque há ótimas chances de a situação se normalizar.
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